O TER, O FAZER E O SER

 

São várias as formas como isto se manifesta, ou seja, como estas cadeias podem fazer morada em nós e produzirem seus frutos nocivos. Isso tudo gera em nós uma angústia, um vazio insuportável e assim procuramos desesperadamente por algo que aplaque a nossa dor e alivie a morte que pulsa por dentro. É exatamente aí que aparecem alguns deuses que entronizamos no coração na ilusão de que nos libertem de nosso sofrimento, dentre os quais, o consumo e a religião.

Tudo pode ser objeto de consumo. Zaqueu consumia dinheiro, a mulher samaritana consumia “maridos”, e hoje tantos outros exemplos podem ser dados neste sistema em que vivemos e que a cada dia gera a corrida pelo Ter. Não é difícil encontrar alguém que diz sentir-se melhor quando faz compras, confirmando que existe a ideia de que é isto que nos resolve e nos deixa plenos.

O outro deus é aquele ligado ao Fazer. A religião com todo o seu arsenal de regras às quais muitos se submetem, fazendo o possível para seguir à risca como forma de se sentirem menos culpados, menos vazios. É o ritual colocado como centro, é o zelo sem entendimento como moeda de troca para se conseguir aprovação divina.

Claro que o ter e o fazer fazem parte de nós, mas não nos definem. O que precisa de intervenção é o Ser e esta é a obra do evangelho, a obra do Filho que liberta-nos em nosso íntimo, altera a natureza que nos constitui, nos faz nascer de novo. E assim, quando o nosso ser se encontra com aquele que o liberta, tudo o mais é afetado, inclusive o ter e o fazer que passam a manifestar-se de um modo que glorifica o Pai que está nos céus!